Riviká não podia ficar grávida. Já casados por 20 anos Itzhak avinu pede a Hashem em favor de sua esposa. Hashem concede seu pedido e logo Rivká concebe e dá a luz a gêmeos.
Nossa parashá começa nos ensinando sobre a força da tefilá. As vezes nossas preces tomam uma forma mecânica e até mesmo há aqueles momentos que nossa boca reproduz palavras que não correspondem aos nossos pensamentos. Certamente todos já passamos por isso alguma vez. Mas não deveria ser assim. A tefilá é o momento de maior intimidade com D’us onde estamos nos comunicando com o Criador do Mundo.
Já escutei certa vez alguém dizer que a tefilá não seria para outra coisa senão para agregar valores de fé no homem, uma vez que D’us não necessita de nossas preces. No que diz respeito a agregar valores isso está certo, uma vez que os sábios decretaram as fórmulas das tefilot justamente para expressar as necessidades comuns de Am Israel e de uma pessoa individual e com isso claro que aprendemos valores relevantes para o povo. Porém não somente isso, até porque as rezas foram estipuladas depois da destruição do segundo Templo e andes disso já se rezava, a exemplo de Daniel[1].

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Limitar a compreensão da tefilá como um agregador de valores leva o indivíduo a deixar de lado essa prática no momento que entender que já tenha absorvido todos os valores contidos nela. Explica Rambam que a tefilá faz parte de um grupo de mitzvot que nos promove o conhecimento que nos leva ao amor, à fé e a um relacionamento com D’us[2]. Pois o conhecimento sem prática é sem valor. Por isso Rambam agrega esta mitzvá no livro que o chama de Sefer Ahavá, Livro do Amor.
Há mitzvot que a força social nos conduz ao seu cumprimento. Como por exemplo comer kasher. Quando se vive em um lugar onde em todos os supermercados e restaurantes vendem comida kasher a pessoa termina cumprindo a mitzvá quase que involuntariamente. Mas toda mitzvá que com dificuldade e tendo que subjugar seus próprios desejos para cumpri-la, esta é uma mitzvá que se cumpre com amor. Este é o caso da tefilá pois seu cumprimento se dá com o coração. É no nosso íntimo que fazemos valer o mandamento.
No caso de Itzhak avinu seu amor foi duplo pois não apenas manifestava seu amor a Hashem por meio da tefilá, como vimos na parashá passada quando ele estava no campo rezando quando chegou Eliezer com Riviká, mas também agora demonstra seu amor por sua esposa ao rezar especificamente por ela.
Aprendemos também com a tefilá de Itzhak e Rivká que Hashem não é indiferente com o que passa neste mundo, mas que mashgiach (supervisiona) interage e interfere nele segundo sua vontade e para atender os pedidos dos justos e dos retos de coração. Devemos rezar pedindo a intervenção divina pois cremos que D’us faz milagres! Como está escrito: “do lugar onde está sentado supervisiona a todo habitante da Terra”[3]. Hashem está atento a toda a petição que lhe dirigida com sinceridade, mesmo que proferida por um pecador, pois “próximo está Hashem de todo coração quebrantado e ao entristecido de alma, salva”[4].
[1] Daniel 6:11
[2] Guia dos Perplexos 3:35
[3] Tehilim 33:14
[4] Tehilin 34:19
Categorias:Parashá com Rambam
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