Dentre as dezenas de chassiduts a de Breslev é uma das que tem alcançando bom apreço pelo público judeu por sua forma alegre de viver a Torá, sua sensível percepção da alma e do potencial que ela tem para evoluir. Ao saírem da Ucrânia os chassídicos de Breslev levaram consigo um costume que tem se difundido em Israel e nos maiores centros judaicos no mundo nos dias de hoje, falo da itbodedut.
Trata-se do isolamento para meditar e rezar. Um momento íntimo entre o indivíduo consigo mesmo e com D’us. O costume corriqueiro nos bosques de Uman assume hoje uma forma adaptada à vida agitada de nossa geração e passa a ser praticado em qualquer lugar, bastando se desconectar do mundo em sua volta e se conectar com com o Divino.
Podemos pensar que a reza na sinagoga ou mesmo em casa seja o momento de itbodedut ideal. Sim, assim deveria ser; e se fosse, seria perfeito! Mas a realidade nos mostra que com muita dificuldade conseguimos a concentração necessária para que nos desconectemos desse mundo e nos conectemos com nosso Criador. Por isso sim é aconselhável que tomemos um tempo a sós com D’us.
Este momento não é apenas para rezar, mas também é um momento de auto análise e de reflexão. Assim como no estudo da Torá deve-se voltar e repassar o que estudou para assim assimilar seu conteúdo, devemos voltar para nós mesmos e nos auto analisar. A Auto Análise não deve ser limitada a avalição dos maus atos a fim de expiá-los. Isto é muito bom, mas não é tudo. Da mesma forma que se necessita conhecer o terreno antes de construir nele, nós necessitamos nos conhecer antes de determinar nossos limites e nossas metas. Por falta desse preparo muita gente se frustra em seus planos e sofrem uma queda muito brusca ao falharem em algum projeto.

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Assim como explica Harav Rabi Naftali Zvi Yehuda Berlin ztz”l: “D’us não exige de Israel, mas de cada um segundo o seu valor”[1], assim devemos nós exigir de nós mesmos segundo nossas possibilidades e se queremos alcançar algo além delas devemos então preparar a plataforma que nos elevará ao nível mínimo necessário para que possamos desde aí começar a busca do que queremos. Tudo isso podemos fazer quando nos desconectamos da internet, dos celulares, das notícias, das pessoas e de tudo para nos conectar conosco mesmos.
O isolamento para a meditação não é um costume unicamente dos chassídicos de Breslev. Muitos rabinos tinham como comum a prática da itbodedut. Além do Rav Nachman de Breslev podemos citar Marraral de Praga, Rabi Moshe Cordovero, Rabi Itzhak Lúria e outros. Mas o que me chamou a atenção foi o fato de Rabi Abraham Hanaguid, filho de Rambam e rabino principal do Egito, dedicar um capítulo inteiro sobre este costume em seu livro “O suficiente para os servos de D’us”. Nele Rabi Abraham Hanaguid diz: “este sempre foi o costume dos grandes justos das gerações, Abraham, Itzhak, Yaakov, Moshe e David e todos os profetas e alunos dos justos que mantiveram um isolamento externo o qual traz um isolamento interno”[2].
Encontramos em Rambam a orientação haláchica do isolamento para que o homem possa alcançar o amor a D’us para servi-lo por este amor e não por temor, apenas. Segundo Rambam o mais alto nível de serviço é o prestado com amor, ou seja, sem qualquer interesse em recompensas ou por medo de castigos, mas o que se presta por saber que esta é a coisa certa a ser feita. Este amor deve ser de tal forma que a alma esteja conectada com D’us e em todos os momentos se esteja pensando nEle e buscando fazer por ele como um jovem apaixonado que passa todo o tempo pensando em sua amada. Mas para alcançar esse nível, explica Rabenu, “o homem deve se isolar para entender e refletir sobre as sabedorias e entendimentos que o informa sobre seu Senhor, segundo a possibilidade que tenha para entender e alcançar”[3].
O isolamento nos leva à reflexão e ao entendimento de D’us e este ao seu amor.
[1] Emek Davar, Devarim 10:12
[2] O suficiente para os servos de D’us, Capítulo: Isolamento
[3] Mishne Torá, Leis do Arrependimento 10:6
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