
As Selichot ditas no mês de Elul, nos dez dias de Teshuvá (entre Rosh Hashaná e Yom Kipur) e também em dias de jenjuns são composições poéticas canções e rezas de pedidos de perdão, misericórdia e piedade a Deus dos pecados e transgressões do povo judeu. Estas composições e rezas são compostas de versículos do Tanach e de ditos dos sábios que fazem referência aos anseios por arrependimento, lembrança dos méritos dos patriarcas que protege a seus descendentes e o clamor pelos treze tributos de benevolência de Deus, os quais são repetidos diversas vezes no decorrer do serviço das selichot.

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O mês de Elul e os dez dias de Teshuvá são o momento mais propício para buscar a misericórdia de Hashem para a expiação dos pecados e o recebimento de mais uma oportunidade para seguir com uma vida digna e orientada pelos valores da Torá. O momento é mais proprício pois, segundo a tradição, nestes dias os pedidos por perdão e bênçãos são mais aceitos, ou possuem mais alcance nos céus.
O costume do serviço das selichot é bastante antigo e já desde o tempo dos gueonim se tem registro da prática de rezas de arrependimento nos dez dias de Teshuvá, conforme mencionado por Harav Kohen Tzedek Gahon (século VIII) e Rabenu Hai Gaon (Século XI). Rabenu Itzhak Ibn Ghiyyat (Córdoba século XI) traz como costume nas terras espanholas a recitação das selichot desde o início do mês de Elul. Harav Ibn Ghiyyat foi um poeta e escreveu canções para 9 de Av, Selichot e Yom Kipur. A exemplo:
סליחה / יצחק אבן גיאת
כָּל גּוֹי שׁוֹאֵל בְּמַקְלֹו / וְתוֹעֶה אַחֲרֵי הֲבָלָיו –
וְגוֹי אֶחָד שָׁת כִּסְלוֹ / אֵל, וּבוֹ כָל מִשְׁאָלָיו,
וְכָל עוֹד יִשָּׂא קוֹלוֹ / קְרוֹבִים אֶל אֵל מִלָּיו.
וּמִי גוֹי גָדוֹל אֲשֶׁר לוֹ / אֱלֹהִים קְרוֹבִים אֵלָיו
כַּייָ אֱלֹהֵינוּ / בְכָל קָרְאֵנוּ אֵלָיו?
יָהּ יַעֲקֹב בָּחַר לוֹ / וְנִקְרָא חֶבֶל נַחֲלָה
יְסוֹד רֵאשִׁית מִפְעָלוֹ / עִמּוֹ בְמַחֲשָׁב עָלָה
וּבָאָרֶץ בִּגְלָלוֹ / שְׁכִינַת עֻזּוֹ חָלָה
וּבְנֹב וְגִבְעוֹן וְשִׁילֹה / וּבֵית הַבְּחִירָה נִגְלָה
וּמַה יְדִידוֹת הֵיכָלָיו / וּמַה טּוֹבוּ אֹהָלָיו!
צוּר הֶאֱמִיר צֹאן עֶדְרוֹ / לִהְיוֹת לוֹ לְעַם סְגֻלָּה –
וְיִשְׂרָאֵל הֶאֱמִירוּ / לְהוֹדוֹת לוֹ שִׁיר תְּהִלָּה,
וּבַצַּר לִמְצֹא עֶזְרוֹ / פְּנֵי אֵל זָר לֹא חִלָּה.
לְזֹאת יַקְשִׁיב קוֹל דְּבָרוֹ / בְעוֹדוֹ מְדַבֵּר בִּתְפִלָּה
וּמַה טּוֹב לִסְמוֹךְ עָלָיו / וְלַחֲסוֹת תַּחַת צְלָלָיו!
חַנּוּן קָרוֹב לְקוֹרְאָיו, / לְכָל קוֹרְאִים בֶּאֱמוּנָה,
וְאִם הוּא בִמְרוֹם צְבָאָיו – / נִמְצָא בְנֶפֶשׁ נַעֲנָה,
וְנִסְתָּר – וּבְעֵין פְּלָאָיו / נִרְאֶה בְרוּחַ נְכוֹנָה.
וּמִי גְבוּל חַסְדּוֹ יִתְאַו / וְרֹב גָּדְלוֹ מִי מָנָה?
וּמַחֲרִישׁ לְהַגִּיד פְּעָלָיו / הוּא מַרְבֶּה מַהֲלָלָיו!
קָדוֹשׁ שַׂגִּיא וְנוֹרָא / יְמִין רוֹמֲמוּתוֹ יַרְאֶה
לְכַנֵּס עוֹד שֶׂה פְזוּרָה / וְיֶאֱסֹף עֵדֶר נִלְאֶה,
כִּי רַב שָׂבַע מְרוֹרָה / בְּעֹל צַר עָלָיו יִגְאֶה,
וְיִפְדֶּה בָנָיו מְהֵרָה, / וּמִפִּי עוֹרֵב יִדְאֶה
יַצִּיל אֶת גּוֹזָלָיו, / וּרְחֵלָיו – מִשְּׁחָלָיו.
Sem sombra de dúvidas uma das composições mais antigas e conhecidas é a “Adon Haselichot” cantada com fervor nas noites e madrugadas de Selichot por adultos e crianças.

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As selichot como as conhecemos hoje são o fruto de um processo longo de composição, adaptação e costumes que foram adotados por cada geração. Encontramos na Guemará o que seria o ritual de arrependimento conhecido como “seder taanit” (ordem do jejum). Nele se os lideres da cidade, os anciãos e os membros do beit din colocavam cinzas sobre as cabeças uns dos outros e o mais velho dizia palavras de exortação: “irmãos! Não se disse aos habitantes de Ninive ‘e viu Deus seus sacos e seus jejuns’, senão, ‘e viu Deus suas ações, pois se arrependeram de suas más ações'”[1].
Em outra situação explica Abaye as palavras de Rav Huna que disse: “מצפרא כינופיא” (visita-se o ajuntamento (de pessoas) e se ocupa nas questões do arrependimento”. Assim explicou: “Desde a manhã até o meio dia se foca e julga aos olhos da cidade. Desde o meio dia até o entardecer se lê a Torá e sua explicação por 1/4 do dia e depois, no segundo 1/4 restante pedem por misericórida”[2].
Já no períodos dos Geonim encontamos que nas yeshivot de Sura e Pombadita se acostumaram a recitar as selichot nos dez dias de Teshuvá. E nisso fez menção Rambam de que se “se acostumou toda a casa de Israel aumentar em Tzedaká, boas ações e se ocupar em mitzvot desde Rosh Hashaná até o Yom Kipur mais que nos demais dias do ano. E todos se acostumaram a se levantar a noite nesses dez dias para rezar nas sinagogas expressões de arrependimento e contrição até o amanhecer”[3].
Rambam traz na halachá o costume das modificações na amidá nas berachot Hamelech Hakadosh e Hamelech Hamishpat nos dez dias de Teshuvá. Também traz os costumes de acréscimos de pedidos nas tefilot durante esses dias. Isso nos mostra que até seu tempo o foco original dos pedidos de perdão e teshivá eram nos dez dias desde Rosh Hashaná até Yom Kipur.
Na comunidade Yemenita o costume de Selichot chegou tardiamente devido a seu relativo isolamento da comunidade judaica. Não registro das praticas organizadas das selichot desde o mês de Elul antes do século XVII. Contudo, em alguns sidurim mais antigos se encontrou um apêndice com textos de selichot ao final no livro que possivelmente antendia a necessidade pessoal de conduzir seu coração ao arrependimento, principalmente nos dez dias de Teshuvá.
Tefilá, qualquer que seja, é costume se aumentar e nunca diminuir, pois ela é uma manifestação de amor e aproximação a Kadosh Baruch Hu. Nestes dias onde costumamos dizer que Hamelech Basadê (o Rei está no campo) é o próprio Deus que se aproxima de nós para escutar nossas petições. E como disse Rabenu que nestes dias de Teshuvá Hashem escuta a reza de qualquer pessoa individualmente independente de sua condição espiritual, o que não é assim nos demais dias do ano. Então aproveitemos para manter o laço de conecxão e união com aquele que nos criou.
[1] Taanit 15:11
[2] Meguilá 30a
[3] Leis de Teshuvá 3:4
Categorias:Curiosidades, emuná, Leis de Teshuvá
Muito exclarecedor sobre selichot, todá rabah chavé
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